Era uma vez uma pequena camponesa que tinha uma amiga, também camponesa. Ambas eram deveras diferentes, uma era despojada ao passo que outra era conservadora. Uma era tímida, a outra era comunicativa. Uma fazia, a outra falava.
Quando uma recebia cortejos ou arrumava pretendentes, a outra logo tratava de açulá-los, mesmo que também fosse cortejada. É irônico, mas aos seus olhos muito atraente.
Foi então que um nobre rapaz caiu nas graças de uma, após ter sido iludido e vexado pela outra. Ora, mas como é imprevisível esse ciclo que forma nossas vidas! Os pés que pressionaram o coração sincero da ingenuidade agora corriam atrás do mesmo. Não por sentimento, mas por atração. Como são injustas as faces do interesse! O imã existente entre os cortejos alheios e o desprezo de outrora faz com que se libere o lado lascivo que adormece dentro de si. Mas quando o vento sopra de um lado diferente as folhas que cresceram no lugar daquelas que caíram com os ventos antecedentes permanecem firmes aos ramos, e aquelas que resistiram agora caem.
Pobres meninas! Aparentam ser apenas o que querem que os outros vejam... Mas na arte das máscaras, sai-se melhor aquele que usa mais habilidade no disfarce. Um deslize apenas e pode-se ver até o fundo de suas almas. Uma sabia usar máscaras, a outra nem tanto. Uma sabia usar o equilíbrio, a outra nem tanto. Bom, imagina-se o final da história. Eu poderia descrevê-la, mas saibam, ela ainda não acabou.
Moral da História:
Não devemos nos insinuar perante a corte alheia, sabe-se sempre que a máscara cai ou desajeita-se nas faces se não houver equilíbrio.